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De a Mickey na F1 a Corno Drive: o futuro do consumo é emocional (e sarcástico).

A quinquagésima sexta edição do BoB Post está no ar. Segue o fio 👇

O estilo da Geração Z não vem mais da passarela, vem do ChatGPT.
A Fenty Beauty estreou o e-commerce do futuro e fez isso dentro do Roblox
O TikTok Shop virou o shopping mais eficiente do Brasil
Se você acha que mascote é só coisa fofa… você não entendeu nada sobre branding
ESG virou critério de escolha (e de corte) para consumidores escolherem marcas
O BK deu Whopper pra corno e fez a campanha mais falada do Dia dos Namorados
Mickey na Fórmula 1 não é meme, é collab estratégica de duas potências do entretenimento.
A salada que caiu no colo da engenharia da NASA.
Segue o fio pra se aprofundar nas tendências que estão moldando o presente e o futuro 👇


A geração Z acabou de contratar um novo personal stylist.

E ele não tem Instagram, nem TikTok, mas, tá mais por dentro das tendências do que muito stylist pago por aí…
O nome dele? ChatGPT.
Isso mesmo. A nova febre entre os Gen Zs é pedir conselho de look pra uma inteligência artificial.
“Vou numa festa no sábado, o dress code é casual chique e tá frio.” “Tenho só roupas básicas, mas quero montar um visual aesthetic.” “Preciso de um armário cápsula que combine com meu estilo e meu bolso.”
E o robô entrega, mas, não para por aí.
A OpenAI já entendeu o jogo e lançou um recurso pra transformar o ChatGPT num assistente de compras com imagens, avaliações e links diretos pra comprar.
Ou seja, o estilo virou automatizado e as marcas vão precisar se mexer, porque agora o consumidor não vai mais descobrir sua roupa pela vitrine.
Vai descobrir pela resposta que a IA entregou em 3 segundos.
E sabe o que é pior? A IA não se encanta por publicidade, ela sugere com base em dados. Então, não adianta ser a marca mais cool se seu produto não tiver descrição completa, review decente e um bom SEO.
Se antes você precisava convencer o consumidor, agora precisa convencer o algoritmo que escolhe por ele.

Agora você pode comprar produtos reais pelo Roblox.

Se você ainda acha que Roblox é só joguinho de criança, tá na hora de rever isso.
Hoje, a plataforma tem quase 100 milhões de usuários por dia, a maioria da Geração Z.
E agora, ela deu o passo que pode mudar o varejo de vez: a você pode comprar produtos físicos reais, sem sair do jogo.
Quem puxou o bonde? A Fenty Beauty.
A marca da Rihanna foi a primeira a ativar a nova função de compras físicas integradas no Roblox. O usuário joga, interage com o universo da Fenty, experimenta um gloss virtual e, com um clique, pode comprar o produto real.
O que isso muda? Isso não é mais uma “tendência de metaverso”, é um novo canal de vendas legítimo, com:
Público altamente engajado
Jornada 100% gamificada
Conversão contextualizada
E um checkout invisível, que não interrompe a experiência
A sacada da Fenty não foi só aparecer onde os jovens estão, foi transformar presença em conversão real, misturando desejo, interatividade e conveniência.
E isso muda o jogo, porque daqui pra frente, não basta ter um bom produto.
Vai ser preciso colocar esse produto dentro de uma experiência viva, onde o consumidor já está, já confia e já interage.
Quem entender isso agora, vai sair na frente.

TikTok Shop chegou no Brasil e está colocando o e-commerce no chinelo com a sua estratégia.

A proposta é simples, mas poderosa: você assiste um conteúdo, vê um produto, clica e compra - e tudo isso sem sair do aplicativo.
Mas, isso se potencializou ainda mais com o reforço de duas novidades:
GMV Max – uma ferramenta de performance automatizada com IA que ajusta campanhas em tempo real, com base no comportamento do usuário;
Search Ads – anúncios posicionados direto na barra de busca, pra capturar intenção de compra no momento mais quente.
O objetivo é colocar o produto certo, na hora certa, na frente da pessoa certa, enquanto ela assiste um vídeo que já queria ver. Tem coisa melhor do que isso?
Pra marcas, isso significa menos achismo e mais precisão.
Pra criadores, mais chance de monetizar o que já estão fazendo.
E pro usuário… bom, ele nem percebe que foi impactado por um anúncio.
Se antes você precisava tirar o consumidor do entretenimento pra levar até a loja… agora, a loja entra no entretenimento.

Os mascotes voltaram com tudo.

Em vez de investir só em promoções e eventos, cada vez mais centros comerciais no Brasil estão apostando numa estratégia que parece simples, mas mexe lá no fundo: criar mascotes.
E não são só bonequinhos fofos.
São personagens com nome, história, personalidade, e o mais importante: papel ativo no relacionamento com o público.
No Natal Shopping (RN), por exemplo, nasceu a elefantinha Naty — inspirada no desenho de uma menina de 13 anos.
Ela virou o símbolo oficial do lugar. Participa de eventos, campanhas sazonais, ações sociais. Tem até linha de produtos e fila pra tirar foto.
Mas por que isso importa?
Porque num mercado saturado de estímulo visual e venda agressiva, a lembrança afetiva virou o novo diferencial competitivo.
As crianças amam o personagem, os pais criam vínculo com o espaço e a marca sai da cabeça e vai direto pro coração.
É uma estratégia de branding afetivo, mas com efeito concreto:
Mais tempo de permanência no shopping;
Maior engajamento nas ações;
E fidelidade construída fora da lógica do desconto.
Enquanto uns estão tentando empurrar ofertas com influenciador genérico… outros estão criando personagens que viram memória.

A falta de ESG faz 1 em cada 4 brasileiros abandonar marcas.

Uma pesquisa da Nexus revelou um dado que deve acender o alerta em qualquer time de branding:
26% dos brasileiros deixam de consumir uma marca por falta de políticas ESG.
Isso mesmo.
Mais de um quarto dos consumidores desistem de uma marca que não demonstra compromisso com práticas ambientais, sociais e de governança.
E não é só sobre sustentabilidade.
É sobre ética, transparência, diversidade, impacto social e responsabilidade.
O que isso significa?
Que o consumidor está mais atento do que nunca. Ele observa se a empresa:
Investe em ações sociais;
Promove diversidade e inclusão;
Evita práticas corruptas;
Tem eficiência e transparência.
E se a marca falha nesses aspectos, o consumidor não perdoa.
E o grande insight por trás está aqui:
Não basta mais entregar qualidade e bom atendimento, é preciso mostrar, com ações concretas, que a marca se importa com o mundo ao seu redor.
As empresas que entenderem isso e incorporarem políticas ESG de forma genuína e transparente vão conquistar não só clientes, mas verdadeiros defensores da marca.

O Burger King transformou o Dia dos Namorados em um evento para os corações partidos.

Enquanto a maioria das marcas foca em casais apaixonados, o BK decidiu olhar para o outro lado da moeda: os traídos.
A campanha “Corno Drive-Thru” oferece um Whopper grátis para quem comprovar que já foi traído, desde que esteja acompanhado de um amigo que confirme a história. A promoção é válida exclusivamente no BK Drive, entre os dias 10 e 12 de junho.
Mas, a grande sacada é que o BK está utilizando o humor e a identificação para ativa ruma ação que repete o modelo de campanhas anteriores da marca, como o “Calvo Drive-Thru”, de março de 2024, que distribuiu 500 mil sanduíches para clientes com um padrão específico de calvície.
Em um mercado saturado de campanhas tradicionais, o Burger King mostra que é possível se destacar ao abraçar o inesperado e criar experiências memoráveis para o consumidor.

Mickey Mouse vai correr na Fórmula 1.

Duas das maiores potências do entretenimento estão unindo forças para conquistar novos públicos e expandir suas marcas. A Fórmula 1, que já conta com mais de 820 milhões de fãs ao redor do mundo, busca se aproximar de audiências mais jovens e diversificadas. Enquanto isso, a Disney celebra quase um século de Mickey Mouse & Friends, reforçando sua presença global.
Essa colaboração é um movimento estratégico para ambas as marcas. A Fórmula 1 ganha uma nova dimensão de entretenimento, enquanto a Disney se insere em um universo esportivo de alta velocidade. Juntas, elas criam uma plataforma poderosa para engajar fãs de todas as idades.
Quando a salada encontra a engenharia de foguetes.

Enquanto boa parte do varejo ainda debate se “vale a pena ter totem de autoatendimento”, a Sweetgreen já está operando no futuro.
Em maio de 2023, a marca lançou seu primeiro restaurante 100% automatizado nos arredores de Chicago. Batizado de Infinite Kitchen, o espaço parece mais uma linha de montagem da SpaceX do que um lugar pra comer salada.
Mas calma, a estética é só o começo.
Por trás do show, tem tecnologia de verdade: braços robóticos, esteiras inteligentes e um sistema de pedidos que mais parece uma integração de Shopify com Tesla. O cliente escolhe o pedido pelo app ou quiosque, a esteira reconhece o bowl, os robôs entram em cena, dosam os ingredientes e misturam com o molho exato. Tudo isso sem uma mão humana sequer — até a etapa final, onde um funcionário dá o toque artesanal.
E aí vem o pulo do gato:Essa automação cortou pela metade o número de funcionários por loja, redirecionando o time para o que realmente importa: preparo de ingredientes e relacionamento com o cliente.
É o tipo de inovação que não só melhora a margem, mas reinventa o papel das pessoas na operação.
Menos tarefas repetitivas. Mais humanização onde importa.
Num setor acostumado com filas, papelzinho e caos de cozinha, a Sweetgreen entrega uma aula prática sobre como robótica, UX e estratégia podem se encontrar pra criar eficiência sexy.
Isso não é só fast-food.É fast-forward.


