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O brinquedo que vale mais que uma mineradora, a IA que virou celebridade e o varejo que tá hackeando a cultura.

A quinquagésima sétima edição do BoB Post está no ar. Segue o fio 👇

Segue o fio pra se aprofundar nas tendências que estão moldando o presente e o futuro 👇
A nova garota-propaganda do Brasil não é humana (e vende mais que você).
IA + caos político + apostas = o comercial mais louco do ano.
A collab entre Carmed e Smurfs que explodiu o estoque e o TikTok.
Speedo vai dominar o Instagram com 100 influenciadores até 2027.
C&A acelera para zero carbono no Brasil e dispara meta climática.
Clique. Retire. Doe. A logística mais quente do inverno.
Labubu: o brinquedo que humilhou uma mineradora.
Ex-CEO da Under Armour salva o planeta com app que resgata comida.


Você piscou... e a propaganda já não é mais feita por gente.

A Marisa e o Magalu foram lá e pá: colocaram inteligência artificial no lugar de apresentadora de TV. Não é cena de "Black Mirror", é terça-feira no varejo brasileiro.
E olha que não estamos falando só de uma voz robotizada qualquer lendo texto no teleprompter.Estamos falando de influenciadoras virtuais com carisma treinado no data center. Elas piscam, respiram, fazem caras e bocas. Vendem como gente. Só que escalam como máquina.
O que tá acontecendo aqui?
Simples:O Magalu e a Marisa entenderam que o futuro da propaganda é programável.
Enquanto metade do mercado ainda tá discutindo se IA vai roubar emprego de modelo, eles já botaram IA pra vender calcinha, geladeira e até crédito.
O jogo virou, meu amigo. E virou rápido.
Vamos traduzir esse movimento?
As marcas estão deixando de alugar atenção pra começar a escalar influência com código.
Uma apresentadora em IA:
nunca perde a voz
grava 24h por dia
sai mais barata que campanha com celebridade
entrega consistência de imagem e tom de voz
roda teste A/B em loop eterno
E agora a pergunta que vale mais do que o CAC:
Você vai esperar sua concorrente criar uma influencer de IA com a cara do seu público… ou vai ser você a lançar a primeira?

A IA criou o comercial mais polêmico da NBA Finals (e foi banido!).

Você tá vendo NBA Finals com milhões de pessoas. Entra o comercial.
Corta pra uma simulação insana: Biden vs Trump no ringue, meteoros caindo, protestos, guerra, crise global, e no meio disso tudo...Uma pergunta que ninguém teve coragem de colocar no ar até agora:
👉 "O que vai explodir primeiro: o sistema bancário ou a democracia americana?"
Ué? Isso é trailer da HBO ou propaganda?
Não, meu caro.Isso é Kalshi. Uma fintech que virou trending topic usando IA pra criar o comercial MAIS POLÊMICO das finais da NBA.
E o melhor? Nem foi ao ar na TV.Foi só jogado no Twitter. Viralizou em minutos. E Google, CNN e YouTube barraram o vídeo.O hype fez o resto.

Carmed botou os Smurfs num potinho e virou desejo de farmácia.

Você pode até não lembrar a trama inteira dos Smurfs,mas a Smurfette?Ah… essa marcou.
E a Carmed sabe disso.A marca foi lá e fez o óbvio que ninguém teve coragem de fazer:
Colocou uma collab com os Smurfs num potinho de brilho labial.Azul, nostálgico, pop… e com cheiro de "quero um pra ontem".
Mas calma, isso aqui não é só sobre lip balm bonitinho.É sobre estratégia.Sobre vender desejo com cheiro de infância e cara de TikTok.
Por que isso importa?
Porque Carmed virou case de como transformar um produto simples — brilho labial — em objeto de coleção, de desejo, de virada de estoque.
E como ela fez isso?
Resgatou um ícone da cultura pop (Smurfs)
Transformou o produto em personagem
Limitou o tempo (edição limitada = gatilho de escassez)
Distribuiu em grande escala (rede de farmácias)
Criou burburinho em rede social com zero mídia paga
Fez a galera comprar DOIS: um pra usar e um pra colecionar
Essa é a tríade do sucesso hoje em qualquer produto de consumo:
Nostalgia + Exclusividade + Instagramabilidade

Como a Speedo planeja 100 criadores para ser onipresente.

Você chega na beira da piscina, sol pegando, e alguém puxa papo: “Já viu? A Speedo vai lançar 100 influenciadores exclusivos até 2027”. Aí, o tom muda pra sussurro sexy:
“Imagina uma turma inteira que respira natação, ciclismo, triatlo... e ainda vira referência no feed.”
É aquela sensação de que você faz parte do clube VIP de quem faz acontecer. E a Speedo sacou: não é sobre vender maiô, é sobre construir comunidade com propósito.
Qual é a sacada?
Diversidade real – não é só atleta top, é atleta real, com suor e histórias.
Crescimento orgânico – cada influenciador vira embaixador da marca, fala por viva voz, vira trending topics e hype no TikTok.
Propósito sério – saúde, performance, lifestyle ativo. Muito além de "compre".
Escalada estratégica – 100 vozes até 2027 = hashtag que viraliza, rede se entrelaça, ignição constante de conteúdo.
Ou seja: você não compra só um biquíni, você entra num movimento.

C&A promete reduzir 42% do CO₂ até 2030.

Imagina: você abrindo o closet, puxando uma peça C&A… e sentindo aquele calorzinho bom por dentro, sabendo que ela foi pensada pra cuidar do planeta — e da sua história. A C&A Brasil juntou as peças certas pra montar um look que vai além: compromisso real, radical e super sexy.
O que está rolando?
Selo SBTi – meta validada por ONU, WWF e WRI. Sem conversa fiada.
Energia 100% renovável em todas as lojas, centros de distribuição e escritórios, poupando o equivalente a 70 mil árvores por ano.
Frota verde na rua – carros elétricos e híbridos já cortaram 286 toneladas de CO₂ só no último ano.
Moda circular com ReCiclo abastecendo a linha de jeans reciclado: mais de 350 mil peças coletadas, quase 109 toneladas de resíduos têxteis evitadas.
Matéria-prima limpa – 80% dos tecidos serão sustentáveis em 2030 (foram 70% em 2024), com algodão certificado e poliéster reciclado.

O locker que entrega pedidos… e aquece corações.

A campanha da Clique Retire é um daqueles raros momentos em que tecnologia e compaixão se encontram — e se abraçam. A proposta é simples, mas poderosa: usar os smart lockers espalhados por São Paulo, Rio e Minas como pontos de arrecadação de agasalhos.
A meta? Dez mil peças. Mas o impacto vai muito além do número. Porque o que está em jogo aqui não é só a logística — é o calor humano. É sobre transformar uma ação cotidiana, como retirar um pedido, num convite pra fazer parte de algo maior.
E olha que massa: você chega, digita a senha, abre o locker... e ali está a chance de aquecer alguém. Sem complicação, sem burocracia, sem desculpa. É o e-commerce criando vínculos. É a jornada do consumidor sendo hackeada pra incluir empatia no trajeto. É a praticidade sendo usada não pra vender mais, mas pra doar melhor.
Num mundo em que tanta inovação é rasa, essa iniciativa é um banho de inteligência emocional. É logística que não só entrega produtos, mas entrega propósito.
E o mais bonito? Essa ideia é replicável. Qualquer marca com ponto físico, locker, pick-up store ou fluxo de clientes pode copiar. É só ter coragem de transformar conveniência em causa.

400 milhões de refeições salvas: a revolução millennial de Mette Lykke.

Você já passou fome de ficar de olho no feed? E se, em vez de rolar, você ajudasse a resgatar comida que ia pro lixo naquele mesmo scroll?
Pois é isso que a Mette Lykke, ex-CEO da Endomondo (vendida para a Under Armour por US$ 85 milhões), está fazendo com a Too Good To Go – uma tech for good que virou um movimento global.
Não é só um app, é a corrida contra o desperdício — conectando você, custo baixo, com comidinhas incríveis que sobraram em restaurantes e mercados. São mais de 400 milhões de refeições salvas em 19 países... e contando.
O que a Pop Mart entendeu que 99% das marcas ignoram.

A Pop Mart, marca chinesa dona do tal Labubu, ultrapassou a mineradora brasileira em valor de mercado.
Sim, um bonequinho de 12 cm que vem numa caixa surpresa tá valendo mais do que ferro e aço.Mas calma que isso não é maluquice. Isso é genialidade de negócios.
A Pop Mart não vende brinquedo.
Ela vende hype.Ela vende escassez.Ela vende o arrepio de abrir uma caixinha sem saber o que tem dentro.Ela vende CULTURA.
E cultura… não tem preço fixo.
Eles pegaram um conceito simples — colecionável com edição limitada —e aplicaram técnicas de moda de luxo + marketing de comunidade + gamificação.
Resultado?
Fila na porta da loja, adultos chorando por não conseguir um Labubu raro,mercado de revenda vendendo bonequinho por 20 mil reais.Sim, VINTE MIL REAIS num brinquedo.


